segunda-feira, 29 de abril de 2013

Novo Chery Celer


O Chery Celer nas versões hatch ou sedã, o compacto pode até ter uma lista de equipamentos recheada, mas ainda assim passa longe nos quesitos desempenho e acabamento de opções que chegaram ao mercado nos últimos meses, como Hyundai HB20 ou Chevrolet Onix – isso na mesma faixa de preço, R$ 35.990 para o hatch e R$ 36.990 para o sedã.
Seu preço, aliás, foi um fator determinante para a marca se firmar no Brasil, no caso com o subcompacto QQ. Um carro também bastante equipado, na faixa de R$ 23 mil, que vendeu 7.444 unidades no ano passado. Mas, para o Celer brigar com os novatos e com veteranos como Volkswagen Gol e Fiat Palio, ainda falta chão. Resta mirar no outro chinês que tem basicamente as mesmas características, o JAC J3, que fez um sucesso estrondoso quando lançado, graças a um bem elaborado plano de marketing, e cujas vendas agora começam a declinar.

Conhecido como Fulwin em outras partes do mundo, o Celer tem um design que não é de todo mal, apesar de parecer ter “emprestado” peças de outros veículos conhecidos por aqui, é impossível olhar para os faróis e não lembrar do Renault Symbol, por exemplo. O hatch tem uma aparência mais acertada, com traseira moderna e tampa do porta-malas que se abre de forma inteiriça. Já as lanternas do sedã parecem não conversar com o desenho dianteiro.
A Chery afirma ter modificado mais de 140 itens em relação à versão chinesa para adaptar ao gosto do brasileiro. Bom, então podemos concluir que ou os chineses aceitam qualquer coisa, ou acham que o brasileiro não merece um acabamento refinado.

Rebarbas estão por toda parte, as peças são frágeis e há parafusos aparentes em diversos lugares. Pelo menos airbag para motorista e passageiro, freios com sistemas ABS e EBD, ar-condicionado, direção hidráulica e sistema de som com CD e MP3 player são itens de série, uma forma de compensar pelo interior mal acabado.

Na estrada os problemas se tornam ainda mais evidentes. Apesar de um câmbio com bons encaixes, mesmo que com quarta e quinta marchas alongadas, e motor 1.5 de 108 cv que acelera razoavelmente bem, alguns detalhes incomodam quem está ao volante, a começar pelo alto barulho interno, causado não só pelo motor, mas principalmente pelo rolamento dos pneus.
Dá para perceber que o isolamento acústico não foi bem trabalhado. Outro aspecto que chega a preocupar o motorista é a trepidação intensa no pedal do acelerador quando o carro ultrapassa os 120 km/h.

O Celer será o primeiro carro da marca a ser produzido no Brasil, na fábrica de Jacareí (SP), a partir do final deste ano. Resta esperar que o automóvel brasileiro traga melhorias ou pelo menos um preço mais compatível com a sua realidade. Caso contrário a capacidade de produção, que inicialmente será de 50 mil unidades por ano, ficará ociosa. 


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